Marketing: 16 tendências que vão guiar conversas e conversões nos próximos anos

Marketing: 16 tendências que vão guiar conversas e conversões nos próximos anos

Profissionais que trabalham com marketing já entenderam que com o cenário dinâmico da profissão do dia para a noite podem surgir novas estratégias, tendências e ferramentas. Não se pode tirar o olho do consumidor, do avanço das tecnologias e da concorrência nem por um minuto.

Podemos dizer que nos últimos meses o marketing viveu uma reviravolta. Deixou de ser coadjuvante e agora está no coração do negócio, andando junto com vendas. Trata-se de um novo marketing, agora extremante focado no consumidor e traçar qualquer tipo de estratégia sem analisar o comportamento e os gostos dele será pedir para morrer afogado no mar dos conteúdos da concorrência.

Conheça quais são as tendências de marketing que vão conduzir conversas e conversões em 2016 e ajudá-lo em seu planejamento estratégico.

1) O novo marketing vai terminar de se consolidar

Marketing não é mais só um departamento. Kotler, o grande nome do marketing, afirma que o velho marketing já morreu e que quem não inovar vai ficar para trás.  Insistir em publicidade explícita e interruptiva poderá levá-lo ao fracasso e ao prejuízo, simplesmente porque os consumidores não aguentam mais e porque ferramentas já bloqueiam e vão bloquear publicidade automaticamente cada vez mais. Aliás, nem adianta tentar: os plugins que bloqueiam anúncios na internet viveram um grande crescimento nos últimos três anos. A estimativa é de 60 milhões de usuários ativos só nos EUA.  De acordo com a PageFair, estima-se que o Google perdeu em $ 6,6 bilhões em receita global de bloqueadores de anúncios em 2014, o que significou 10% de sua receita total no mesmo ano. O cenário não é diferente no Youtube, o bloqueio de anúncios automático acontece em diversas plataformas, as pessoas não querem ser interrompidas. 

Qualquer experiência que envolva interrupções e ofertas sem noção serão ignoradas. A marca agora precisa produzir conteúdos transversais que entreguem valor ao cliente e aqui o objetivo nem sempre será apenas vender mais, mas educar o mercado ou tornar-se referência em um segmento, para só depois colher os frutos. Será necessário se importar de verdade com seu público, humanizar a marca e as interações, porque em algum momento do marketing perdemos isso e começamos a produzir publicidade chata, baseada em monólogos, explícita, intrusiva, falsa, que não criava conexão com as pessoas.

 Os conteúdos deverão ser escritos a partir da compreensão do que a audiência busca.  As postagens precisarão ser realmente verdadeiras, sem clichês e rapidamente se adaptarem ao cenário dinâmico que envolve o marketing, captando insights, sacadas e oportunidades de interação com os fãs.

Além disso, sua audiência e concorrência não será mais local apenas. O mundo poderá ser alcançado facilmente por um post no blog ou um tweet e ferramentas de tradução automática vão acabar com as barreiras envolvendo idiomas.

2) Depender apenas de plataformas alugadas será arriscado demais

Quando dependemos de plataformas alugadas que possuem suas próprias políticas de utilização corremos um grande risco. Do dia para a noite tudo pode mudar caso elas saiam do ar ou mudem suas regras de negócios. Um exemplo foi o episódio em que o Whatsapp saiu do ar no Brasil, todos os negócios que dependiam da ferramenta para receber encomendas, por exemplo, foram prejudicados de alguma forma.

Para evitar que isso aconteça o ideal é investir em aquisição de tráfego de várias fontes confiáveis, mas mesmo possuindo um blog próprio também ser prudente com a dependência do Google: ele também pode mudar seu algoritmo a qualquer momento e o que hoje tem funcionado para você, pode ser diferente amanhã e seu tráfego pode ser drasticamente cortado. 

3) Entender o  “lowsumerism” será vital

Se antes vivíamos a cultura do excesso, agora já se pode ver algo totalmente oposto surgindo: o Low consumerism ou Lowsumerism, um movimento de consumo consciente que procura alternativas focadas em consertar, compartilhar e viver apenas com o necessário. Entender esses movimentos e novos modelos é necessário para traçar estratégias mais assertivas, afinal, se as pessoas querem comprar menos, como é que vamos vender mais?

4) Ficar de fora do mobile será pedir pra fracassar

Antes o papel de primeira tela era da TV, como mostra um estudo da AdReaction, realizado pela Millward Brown. Mas isso mudou há muito tempo: se sua estratégia ignora o mobile, ela vai fracassar, porque o mobile representa a maior parte do tempo gasto online pelo brasileiro, conforme o relatório da  comScore sobre o Cenário Multi-Plataforma no Brasil.  Por conta disso, os conteúdos são consumidos desta forma e os sites e blogs precisam estar otimizados para tal, permitindo uma navegação confortável e intuitiva, caso contrário, seu público até chega até seu site ou blog, mas vai embora porque não encontra o que procura ou não entende o que vê.

 5) Conteúdos ainda melhores e mais orçamento serão necessários

Por causa do mobile estamos mais conectados e não existe mais o “entrar na internet”, porque estamos lá o tempo todo.  Diante de tanta concorrência e competição por nossa atenção, para algo ser visto precisará ser realmente bom e fugir da publicidade explícita. A verdade é que antes de comprar de você as pessoas querem saber quem é você e o conteúdo pode ajudá-lo a se destacar e tornar-se referência. E se existe excesso de conteúdo,  pode ser preciso um orçamento maior de marketing para fazer seu conteúdo chegar até seu público e de acordo com a Web Strategies Inc. pode ser necessário aumentar este orçamento em até 35% em 2016.

Além de mais orçamento, poderá ser necessário recorrer a influenciadores em marketing ou em outros nichos para ajudar espalhar sua mensagem, já que possuem alcance, credibilidade e confiança. Uma pesquisa do Grouphigh se aprofundou neste tema a fim de entender melhor a relação entre conteúdo patrocinado por influenciadores e marcas. 

6) Os blogs e os artigos longos serão os novos queridinhos

Com a consolidação das redes sociais chegamos a pensar que o futuro dos blogs estava abalado. O surgimento do Twitter e sua proposta de escrever pouco nos fez acreditar que regrediríamos e que logo estaríamos nos comunicando por grunhidos e que ninguém gastaria mais tempo escrevendo longos textos. Uma previsão feita em 2014 pelo Nieman Lab comentou sobre esse fato. Em algum momento o blog morreu nos últimos anos, mas ressuscitou por meio de outras plataformas.

Algumas pessoas e marcas deixaram o blog de lado e passaram a investir em seus próprios aplicativos. Outros apostaram fortemente no Facebook e no Twitter, porque estavam integrados a uma base de usuários que ajudava na distribuição do conteúdo. Boa parte do tráfego em blogs passou a vir dessas plataformas, mas em alguns casos optava-se pela facilidade de compartilhar conteúdos em outros canais ao invés de publicá-los em seus blogs.

Se os blogs morreram? Não, eles renasceram em outras plataformas e agora retornam à sua origem: blogs serão algo seguro por muito tempo, simplesmente porque não são plataformas alugadas. E é para lá que enviamos o público que chega até nós por meio de uma rede social, ali estão os conteúdos mais densos para aprofundar a leitura.

Os textões farão ainda mais sucesso. E olha que não deveria ser assim, afinal, estamos saturados de informação e conteúdos a todo momento em nossos smartphones.

No Facebook não éramos acostumados a postar artigos longos, se o fizéssemos éramos até criticados. Mas ai surgiu o LinkedIn Pulse no Brasil há alguns meses e as pessoas descobriram que podiam compartilhar conteúdos longos pela ferramenta e que havia um público interessado em ler.

Em seguida vimos o Medium, cuja proposta era ouvir boas histórias, se consolidar e em setembro receber investimentos de 57 milhões e agora valer 400 milhões de dólares. Em comum com o Pulse a possibilidade de publicar conteúdos sem preocupar-se com o atrito da necessidade de configurações de layouts, como nos blogs. Basta publicar e pronto.

Em resposta ao sucesso desses dois, Facebook não ficou atrás e redesenhou sua ferramenta Notes: “Estamos testando uma atualização para o Notes para tornar mais fácil para as pessoas a criar e ler histórias de forma mais no Facebook Notes”, confirmou um porta-voz do Facebook.  No novo formato, você ainda pode compartilhar sua nota seja com todos, apenas amigos, um grupo escolhido a dedo de nomes, ou apenas mantê-lo para si mesmo. Ou seja, estão fazendo vários testes para que em breve tenham uma plataforma tipo Medium.

Todas essas plataformas nos mostram o quanto os artigos longos fazem sucesso. Leia mais sobre o tamanho ideal para artigos aqui.

7) Novas formas de monetizar vão surgir

Além de terem suas próprias regras, nas plataformas alugadas não é possível monetizar da forma tradicional, por meio de publicidade explícita, por exemplo. É por isso que o Facebook é chamado de walled garden, ou seja, um jardim fechado que não permite publicidade, como um blog permitiria (chamados de open web também). Facebook se defende que não se trata de ser um jardim fechado, mas de proteger seus usuários devido a alta qualidade de seus dados. Como não existirá publicidade explícita, surgirão novas formas de ganhar dinheiro: com conteúdo patrocinado. Aqui começamos a verificar a chamada publicidade nativa, ao ler um conteúdo não saberemos se uma marca pagou para alguém falar sobre um produto de forma “disfarçada”.

8) O e-commerce vai precisar se reinventar

Consumidores hiperconectados tem expectativas bem mais altas e exigem experiências diferentes. O omnichannel vai ganhar destaque por ser uma plataforma única e centralizada que permitirá uma convergência de dados dos clientes  e diálogos dinâmicos com eles. Compras não serão realizadas apenas por lojas virtuais convencionais, mas diretamente pelo Pinterest, Instagram ou Facebook Messenger, por exemplo, que estão apostando em novas funcionalidades para permitir compras diretamente por meio deles.

9) A queda do alcance orgânico exigirá investir em publicidade paga

Com a diminuição do alcance orgânico em mídias sociais será necessário investir para que seu conteúdo apareça. No Facebook, o alcance orgânico está em torno de apenas 2%. Alcançar seu público sem pagar será cada vez mais difícil, principalmente envolvendo plataformas emprestadas.

10) Tecnologia vestível e internet das coisas vão ditar novas possibilidades

A tecnologia vestível estará cada vez mais presente em nossa rotina: vamos vestir relógios smartphones, chapéu, calças, sapatos e até camisas capazes de se comunicar com a web, o que revela a necessidade de pensar novos formatos, funcionamentos, possibilidades e estratégias aos profissionais de marketing. A internet das coisas vai adicionar uma camada de serviços em objetivos e equipamentos do seu dia a dia e essa novidade permitirá outras formas de se envolver com seus clientes.

11) Os vídeos serão o conteúdo que mais vai engajar

Assistir vídeos pela internet será cada vez mais comum e quase dois terços do tráfego da internet será baseado em vídeo. Segundo a pesquisa ZenithOptimedia e NEWCAST cooperação “previsão de vídeo em rede,” o tempo utilizado para assistir vídeos vai crescer 23,3% em 2016. Já em relação à TV tradicional, atingirá o pico em 2016 e começará a declinar. Youtube, Periscope e Snapchat vão bombar e ampliarão as formas de se oferecer conteúdo à sua audiência.

12) Ferramentas vão automatizar o marketing, mas o tom pessoal deverá continuar existindo

Ferramentas de automação de marketing  entregarão conteúdo de modo automático e segmentado para os seus diversos perfis de audiência baseado em um funil de vendas, contribuindo para que um lead tenha mais chance de logo virar um negócio de fato. Além disso, conteúdos serão escritos de forma automática robôs. Parece impossível? Mas já existe. O sueco Sverker Johansson criou um programa que já escreveu 2,7 milhões de artigos e é o autor que mais contribuiu para a Wikipédia: 8,5% dos artigos que estão lá são contribuições dele.

Além dos conteúdos, robôs automatizarão ações em grande escala e enviarão sequências de e-mails planejados dependendo da ação ou estágio do cliente. Postagens em mídias sociais serão carregadas, programadas e automatizadas, sendo possível publicar uma única vez em uma plataforma, que distribui o conteúdo para outras. Apesar de tudo isso, a comunicação precisará ter um toque pessoal e personalizado. Disparar para listas frias de e-mails serão um tiro no pé.

13) Experiências serão mais interativas com o Location-Based Marketing Technology

iBeacons, transmissores pequenos e baratos que usam Bluetooth Low tecnologia Energia (BLE) para detectar dispositivos nas proximidades, poderão ser instalados em lojas e áreas de merchandising e conectados a um aplicativo instalado no smartphone do usuário para possibilitar o envio de conteúdos e ofertas direcionadas.

O RFID, (Radio Frequency Identification), pequeno dispositivo eletrônico que contém um chip e uma antena, proporcionarão uma identificação única para uma marca, que por meio de pulseiras, cartões e aplicativos envolverão os participantes de um evento para que eles interajam de novas maneiras, compartilhando sua experiências com seus amigos online e permitindo interações em tempo real.

14) Experiência de usuário e sucesso do cliente serão vitais

Desenvolvedores não terão sucesso se construírem websites focados apenas em aparência ou tecnologia, ele precisará ter a visão de marketing para entender aonde posicionar vídeos, textos e call-to-actions estratégicos, que levem à conversão. Investir em sucesso do cliente e pós-vendas fará parte da estratégia de marketing, que não se preocupará mais em apenas vender, mas em continuar entregando valor e encantando o cliente por muito tempo.

15) Novas carreiras e horários de trabalho vão surgir 

Surgirão novas funções e carreiras em marketing. Assim como já existem profissionais focados em sucesso do cliente e outros focados em Growth hacker, algo novo no Brasil, mas consolidado lá fora, responsável por fazer crescer o número de usuários de um produto ou serviço utilizando algum tipo de metodologia que possa ser testada e escalada, utilizando para isso estratégias de search engine marketing, Google Adwords, Facebook Ads, Instagram Ads, mobile, marketing de afiliados, TV, celulares, rádio, aquisições virais, content marketing, e-mail marketing, entre outros. Profissionais focados em produção de conteúdo também serão cada vez mais necessários.

Novos formatos e horários de trabalho serão necessários, visto que o modelo das 8h às 18h não será o ideal dependendo do tipo de produto e público-alvo. Pode ser necessário ter alguém interagindo nos canais da empresa no sábado de madrugada ou moderando comentários e gerenciando crise em um domingo a tarde.

Inevitavelmente será mais  difícil encontrar profissionais: eles vão migrar de área ou precisarão ser treinados. Com a velocidade das transformações e da dinâmica do marketing, as universidades não serão sinônimo de formar profissionais que dominem tudo o que mercado requer. Eles precisarão ser treinados para a estratégia e poderão vir de outras áreas, já existem inclusive dados mostrando uma tendência, a do jornalista migrar pra a área de produção de conteúdo para marcas.

16) Big data e análise preditiva de dados terão especialistas focados

Dados poderão ser cada vez mais analisados de forma refinada para planejar estratégias, identificar público-alvo e falar com eles. Dados não estruturados colhidos pelas diversas plataformas que usamos, como o caso do Facebook, serão usados para segmentar publicidade e entregar conteúdos. A partir de 2016 estes dados serão ainda mais incorporados em nossa rotina de profissionais de marketing e vão auxiliar em análises e decisões envolvendo estratégias.  Os dados que a web fornece poderão determinar o que funciona ou não. Testes A/B demonstrarão que tipo de página converte mais. Existirão cientistas de dados, focados em analisá-los e em criar estratégias a partir deles.

Estamos preparados?

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