Charlie Chaplin: O primeiro planejador

Charlie Chaplin: O primeiro planejador

Um dos maiores nomes do cinema mundial, o homem que quebrou paradigmas, promoveu a ruptura, criou um movimento. Fez pessoas saírem do tradicional e experimentar algo novo. Por volta de 1915, sem nem imaginar que um ia um “tal computador” seria capaz de efeitos especiais incríveis, usou uma linguagem com muitos efeitos visuais, o que era possível para a época. Sem som, sem fala, com diálogos curtos, rápidos e engraçados. Criou um mundo de fantasias, não vendeu um produto – filme – vendeu um sonho para as pessoas, um sonho onde as pessoas pudessem, por um curto período de tempo, se desligar do mundo real e sonhar.

Foi um homem multimídia na sua época: ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico. Permeou por diversas áreas de conhecimento. Experimentou, viveu, trouxe experiências de vida para a sua comunicação com as pessoas: planejador, isso lhe parece familiar?

Chaplin inovou. Criou empatia. Fez com que as pessoas comprassem seu sonho. Ele trouxe para o mundo o entretenimento. Não criou o cinema, mas o fez melhor. O Brasil também não inventou o futebol, mas teve Pelé. Nos profissionais de planejamento não criamos a comunicação ou marcas. Apenas a melhoramos. E como? Pesquisa e entendimento de pessoas. Tal qual, Charlie fez, inclusive ele diz isso em uma famosa frase – que aliás a uso nas aulas de Planejamento – “mesmo sem saber muito sobre cinema, eu sabia muito sobre seres humanos” e por isso, contou, da sua forma, histórias memoráveis, que hoje, em 2015, ainda lembramos e ainda assistimos seus filmes, que se tornaram clássicos.

Charlie morreu em 1977 e como Elvis, John Lennon ou Freddie Mercury (entre outros) fez um trabalho tão memorável que sua obra ainda encanta pessoas. Em época de Avatar, Transformers e Matrix – carregados de efeitos especiais – Charlie ainda nos emociona com seus filmes de 1915… exatos 100 anos!

Então vejamos. Mais do que qualquer outra coisa, Chaplin se interessava por conhecer pessoas. Ele queria saber o seu dia a dia, sabia que esse conhecimento traria a empatia, aliás, empatia é a palavra-chave para ligar a marca ao consumidor. E o que planejamento faz mesmo? Liga a marca ao consumidor! Chaplin entendeu o cenário que as pessoas viviam. Fazia pesquisas constantes, entendia a vida das pessoas, o cenário que ela estava inserida e contava uma história, vendia um sonho.

Julio Ribeiro, mestre do planejamento, nos ensina que profissionais de planejamento são excelentes contadores de história, no final, o que nós fazemos, é contar história. Em meu recente livro (Planejamento Estratégico Digital, Ed. Saraiva) eu falo muito de Storytelling, não porque é um dos conceitos da moda no mundo digital, mas porque é isso que planejadores fazem: contam histórias!

Charlie, acima de tudo, era um apaixonado por um sonho, uma ideia. Você é apaixonado pela marca que trabalha ou ideia para resolver um problema de marca? Se sim, parabéns, você é um excelente planejador, senão, fica a dica: busque o que lhe dá prazer. Ulisses Zamboni, outro grande nome do planejamento, nos ensina que planejadores com vidas comuns, entregam resultados comuns. Viva. Se você vai viver, que seja vivendo com algo que lhe dá prazer. O melhor dos mundos não é trabalhar. É se divertir e ganhar dinheiro com isso.

Charlie fez isso muito bem, por mais de 70 anos. Sem viver a marca, como você pode criar empatia entre marca e pessoas se você mesmo não tem essa empatia. Esse era o segredo de Chaplin, entender pessoas, entender cenários e criar uma comunicação que cria-se uma empatia entre a sua mensagem e as pessoas que a recebiam. Lhe parece familiar esse conceito, caro amigo(a) planejador(a)?

Charlie não escreveu histórias para ele. Escreveu para pessoas. Vamos forçar esse conceito, entendeu pessoas e depois fez uma ação. Seja no cinema, uma campanha ou um projeto digital, o foco tem que ser pessoas. Entender o que as pessoas querem e lhes oferecer isso, de uma outra forma, com outra roupagem.

Planejar não é vender um carro para o consumidor, é vender um sonho de consumo para ele que pode ser o carro como elemento tangível, mas o que as pessoas compraram foi o sonho de ter o carro. O termo “consumer center” não tem que ficar no discurso das marcas. Tem que ser seu dia a dia. Charlie, em 1915, mostrou isso.

Enfim, muito antes de Jon Steel criar o conceito de planejamento, Charlie Chaplin, de maneira simples, entendeu pessoas e criou histórias memoráveis. Sem dúvida, Charlie, foi primeiro grande planejador da história mundial.

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